sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Sem nexo.


A verdade é que eu tenho ódio de te amar. E do que você significou para mim. Mas não me arrependo de tudo o que disse e escrevi e escrevo ainda agora. Nem das piores palavras. Tudo o que está dito, foi-se. Não se desfaz. Tem um ditado chinês, um provérbio, desses zen, que diz isso. É mais ou menos assim: A palavra dita, a flecha lançada, a pedra atirada são coisas que não voltam, sei lá o que, eu só lembro das figuras e do sentido do provébio.
Eu te odeio para me sentir vivo, sentir meu sangue correndo quente nas veias, fervilhar por dentro, ainda que seja por você. Ainda que eu descubra assim dessa forma dolorosa que sou capaz de sentir algo. É como se o coração morto, precisasse deste estimulo, dessa energia, que retiro da dor que essa faca há tanto tempo cravada me permite. Essa dor que seca tudo. É o ódio que seca e não a dor. A dor acorda. A dor enlouquece. Só dói quando penso em você. Quando lembro dos teus olhos. E teu nome que eu nunca mais disse.